quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Reforma Eleitoral e a Internet: Fala Sério!

O Senador Eduardo Azeredo (PSDB/MG) deveria passar mais tempo na internet, estudar como ela funciona para ver que ela é totalmente diferente da imprensa tradicional que conhecemos. Assim não tentaria cometer coisas como o artigo 45 da proposta para reforma eleitoral. O artigo prevê que a internet devera ser submetida às mesmas restrições presentes na TV e no radio durante o período de eleições. Serão proibidos os artigos que opinem sobre os candidatos e os partidos. Charges não serão permitidas. Entrevistas têm de ser com todos os candidatos.

Porém, se sites e blogs ficarão limitados a pura apatia política, os políticos que pretendem se candidatar poderão fazer uso da internet ora como meios de marketing político ora como forma de arrecadação.

Ao contrario do que o senhor Eduardo Azeredo aparenta pensar, a internet, diferente da maioria dos meios tradicionais como o radio e a TV, não é coordenada somente por grupos de comunicação bem articulados. É formada acima de tudo pelos usuários que não são meros espectadores como nos meios tradicionais e sim os seus maiores colaboradores. Permite, dentre outras coisas, por meio de blogs ou paginas pessoais, se tornarem formadores de opinião capazes de rivalizar com a própria mídia tradicional.

Por exemplo, quem vai visitar o blog Vi o Mundo vai encontrar matérias muitas vezes em prol da esquerda tradicional e contra os partidos de direita. Tem como seu contraponto o blog do Reinaldo Azevedo, hospedado no site da revista Veja, que traça uma visão negativa da esquerda tradicional e vê a direita com bons olhos. Longe do mundo dos jornalistas já conhecidos, ganham fama blogs anônimos como o Cloaca News e o Coturno Noturno (exemplo também utilizado pelo jornal Valor). O Cloaca alia-se ao governo Lula e tem uma visão negativa da oposição, principalmente do governador paulista José Serra. O Coturno, de autoria de uma pessoa que se autodenomina Coronel, traça uma visão negativa de Lula e de sua pretendente a candidatura para presidente Dilma Rousseff.

Agora, eu me pergunto, se os pretendentes a candidatos podem realizar seu marketing político na internet, mas os usuários não poderão opinar sobre esses candidatos, como ficam blogs como o Dilma13 que mesmo sendo de apoio a uma pretendente a candidata a presidente da republica, não tem qualquer ligação com a própria Dilma? E se o jornalismo deve conter ser igualitário entre os candidatos como ficam os sites jornalísticos ligados a partidos políticos?

E no mínimo patético, enquanto lá fora sites como o Huffington Post e o Politico.com tem ganhado respeito perante o publico justamente por serem opinativos, aqui temos que conviver com projetos políticos cujo retrocesso é digno do governo militar, nos mantendo em algum lugar do sé digno do governo militar, nos mantendo em algum lugar do século XX e nos impedindo de conhecer a democracia do Século XXI