quinta-feira, 12 de março de 2009

Echo and the Bunnymen e a Lua mortal

Os irmãos Gallagher, do Oasis, e o vocalista do Echo and the Bunnyman,Ian McCulloch, compartilham uma coisa em comum: a arrogância. Da mesma forma que os Gallegher, nos anos 90, falaram que das 100 melhores musicas, 99 são dos Beatles e uma é do Oasis (“Wonderwall”), McCulloch, nos 80, falou com 0% de modéstia que a melhor música de todos os tempos é “Killing Moon” do Echo. Também adoram espinafrar as bandas rivais, os Gallagher com o Blur e McCulloch com o The Cure. Porém, McCuloch tem, de fato, motivos para se arrogar.

Enquanto os irmãos do Oásis parecem fazer uma musica igual à outra, com raras exceções. McColloch, junto do guitarrista Will Sergeant, do baixista Les Pattinson e do baterista Pete De Freitas, fez do Echo and the Bunnyman uma das bandas mais originais numa época em que a mesmice imperava e fazendo sucesso sem sair do restrito circuito independente. Assim como os Beatles, eram de Liverpool. Mas não se limitavam a buscar influencia “apenas” no Fab Four. Tinham um leque que ia desde os ícones da psicodelia sessentista, em especial os Doors, até sons exóticos do oriente. A música que McColloch considera a melhor do mundo é uma obra-prima do Rock alternativo inglês que encanta os ouvidos com seus poucos acordes. Mas limitar a banda a essa música é um erro, visto que não pde-se desconsiderar clássicos como os riffs de “Rescuse” e “The Puppet”, os sons arábicos de “The Cutter”, a melancolia de “The Promisse”, o neopsicodelismo de “Do it Clean” e “The Back of Love” e, claro, a belíssima melodia de “Bring On The Dancing Horses”.

A banda nasceu da saída de McCulloch do grupo Teardrop Exploders, criado durante o aniversario de McCulloch. Este se juntou aos fãs de Doors Will Sargeant e Les Pattinson, acrescidos de uma bateria eletrônica chamada Echo que deu nome a banda. Mais tarde Echo foi substituída pelo baterista Pete De Freitas. Com Freitas, lançaram seu primeiro álbum, Crocodiles, pela gravadora Sire. Depois vieram os álbuns Heaven Up Here e Ocean Rain com o sucesso “The Killing Moon”. Nessa época, o Echo and the Bunnymen competia com o The Cure e The Smiths pelo titulo de principal banda independente do Reino Unido.

Durante as turnês, veio a tradicional disputa de egos, o que levou a saída temporária do baterista Pete De Freitas. Antes de sair temporariamente, o Echo and the Bunnymen lançou um álbum homônimo que viria a ser seu maior sucesso- 4º lugar na parada britânica. Com o retorno de De Freitas, o Echo tocou junto com o tecladista do The Doors, Ray Manzarek, numa releitura de “People are Strange” para o filme The Lost Boys(no Brasil foi traduzido para Garotos Perdidos). Em uma turnê com o New Order, McCulloch deixou a banda para tentar carreira solo.

No período sem McCulloch, a banda teve como vocalista Noel Burke, vindo do obscuro grupo St. Vilas Dance. Durante a gravação daquele que seria o primeiro álbum sem McCulloch, o baterista Pete De Freitas morreu num acidente de motocicleta. Substituído por Damon Reece, gravaram Reverberation. Depois do fracasso deste álbum, o Echo and the Bunnymen se separou.

Em 2005, McCulloch e Sergeant se juntaram para o retorno do Echo and the Bunnymen. Em 2006 lançaram o álbum Sibéria que foi muito bem recebido pela critica especializada.

Apesar do sucesso Europa, McCulloch não pretendia que a banda fizesse sucesso nos E.U.A. Não por anti-americanismo, mas devido ao trabalho que daria as vidas dos membros da banda.

O Echo and the Bunnymen é a principal banda do que foi chamado nos anos 80 de Neopsicodelismo, que eram bandas que visavam modernizar a psicodelia dos anos 60. Sua influencia pode ser sentida em diversas bandas da atualidade, principalmente as independentes.

Durante o ápice da banda, o Echo veio para o Brasil e fez um show tido como um dos mais memoráveis da década de 80 em solo tupiniquim.

Pode-se dizer que McCulloch e seus colegas são o melhor dos anos 80 que as radios esquecem de tocar e que os Gallagher ainda tem muito caminho a andar para chegar ao nivel do Echo and the Bunnymen.















Nenhum comentário: